A cerveja ¨¦ 95% ¨¢gua (o resto ¨¦ ¨¢lcool e g¨¢s). No Lubango, uma cidade num planalto elevado do sul de Angola, os fabricantes da cerveja N¡¯Gola dependem fortemente de uma fonte de ¨¢gua de qualidade excepcional. A ¨¢gua da chuva infiltra-se nas fendas verticais de Tundavala, uma forma??o rochosa de tirar o f?lego a 2 200 metros acima do n¨ªvel do mar. Junta-se na rocha e, depois, desce ladeira abaixo at¨¦ ao Lubango, produzindo por vezes 200 metros c¨²bicos de ¨¢gua por hora. A fonte ¨¦ t?o especial que ¨¦ mencionada no r¨®tulo da cerveja N?Gola e ¨¦ estilizada como uma cascata dourada com uma coroa.
Mas a ¨¢gua n?o ¨¦ apenas preciosa por causa do seu sabor. Tamb¨¦m ¨¦ cada vez mais escassa numa ¨¢rea que tem sido atingida por secas recordes nos ¨²ltimos anos. Precisamente quando o pa¨ªs espera aumentar o acesso ¨¤ ¨¢gua e diversificar a sua economia, o clima irregular est¨¢ a obrigar a um ajuste de contas com as pr¨¢ticas de gest?o da ¨¢gua em todo o pa¨ªs. Os desafios s?o particularmente salientes nas prov¨ªncias do sul e nas zonas costeiras.
A f¨¢brica de cerveja N¡¯Gola emprega cerca de 700 pessoas e ¨¦ uma importante fonte de receitas para o munic¨ªpio de Lubango. Flore de Preneuf/ÐÓ°ÉÂÛ̳
¡°Africa ¨¦ um continente muito promissor para as grandes empresas de bebidas. Mas o abastecimento de ¨¢gua ¨¦ um obst¨¢culo para n¨®s¡±, disse Marc Meyer, director da f¨¢brica de cerveja N¡¯Gola, que emprega cerca de 700 pessoas e ¨¦ uma importante fonte de receitas para o munic¨ªpio de Lubango. ¡°Pode impedir a nossa expans?o.¡±
Das terras altas do Lubango, ¨¤s plan¨ªcies do rio Cunene e ao deserto costeiro do Namibe, uma viagem de carro pelo sul de Angola, em Maio de 2023, destacou a import?ncia crucial de fortalecer as pr¨¢ticas de gest?o da ¨¢gua para se avan?ar em rela??o aos objectivos de ¨¢gua e saneamento e promover o desenvolvimento.
O elevado crescimento da popula??o e a diminui??o das chuvas est?o a impor compromissos dif¨ªceis em Lubango, a terceira maior cidade de Angola. ¡°O ano passado foi o mais dif¨ªcil dos meus 30 anos de carreira¡±, disse Domingas Tyikusse, Presidente da Empresa Provincial de ?guas e Saneamento de Hu¨ªla, que supervisiona o abastecimento de ¨¢gua ao Lubango. Dois anos com muito pouca chuva esgotaram os recursos h¨ªdricos subterr?neos.
O elevado crescimento da popula??o e a diminui??o das chuvas est?o a impor compromissos dif¨ªceis em Lubango, a terceira maior cidade de Angola. Flore de Preneuf/ÐÓ°ÉÂÛ̳
Os moradores, empresas e institui??es de Lubango n?o tiveram outra alternativa sen?o adaptarem-se ao abastecimento intermitente de ¨¢gua. Quando a fonte de Tundavala abrandou para 20 a 30 metros c¨²bicos por hora em 2022, a f¨¢brica de N?Gola viu-se for?ada a operar a cerca de 60% da sua capacidade e transportar por cami?o ¨¢gua extra e cerveja extra para manter a sua quota do mercado.
Na Escola B¨¢sica n¨²mero 98, frequentada por cerca de 1500 alunos em dois turnos de aulas, o acesso ¨¤ ¨¢gua caiu para uma vez por semana no auge da crise h¨ªdrica. O jardim da escola morreu. Este ano, a ¨¢gua corre nos canos dois ou tr¨ºs dias por semana. O guarda da escola enche os contentores sempre que h¨¢ ¨¢gua dispon¨ªvel e essa reserva ajuda a escola a satisfazer as suas necessidades b¨¢sicas. ¡°Normalmente, conseguimos arranjar ¨¢gua suficiente. Mas, se ficarmos muitos dias sem ¨¢gua, temos de fechar as casas de banho ¡°, disse Filomena da Concei??o de Freitas Barros, directora da escola desde 2012. ¡°Seria bom ter ¨¢gua suficiente para voltar a cultivar o jardim¡±, disse ela num tom melanc¨®lico. ¡°Tenho f¨¦ que as coisas v?o melhorar¡±.
Filomena da Concei??o de Freitas Barros , directora na Escola B¨¢sica n¨²mero 98. Flore de Preneuf/ÐÓ°ÉÂÛ̳
Actualmente, a ¨¢gua de Lubango prov¨¦m de uma combina??o de furos verticais e de algumas nascentes naturais como a de Tundavala. No ?mbito do s (PDISA2), financiado pelo Banco Mundial e pela Ag¨ºncia Francesa para o Desenvolvimento, o principal campo de furos de Lubango foi reabilitado e modernizado. Os furos est?o localizados numa vasta e bem protegida reserva natural, onde a vegeta??o promove a infiltra??o de ¨¢gua. Mas, tal como as nascentes naturais, os furos est?o sujeitos ¨¤ variabilidade clim¨¢tica e t¨ºm registado uma diminui??o constante dos n¨ªveis de ¨¢gua durante a seca, uma vez que a falta de precipita??o afecta a recarga do aqu¨ªfero.
Mais de um milh?o de pessoas vivem na cidade em expans?o e na sua periferia, com mais pessoas a fixarem-se aqui todos os anos, muitas vezes em bairros sem planeamento. Apenas cerca de 23% da popula??o tem liga??o de ¨¢gua em casa.
Na Escola B¨¢sica n¨²mero 98, o acesso ¨¤ ¨¢gua caiu para uma vez por semana no auge da crise h¨ªdrica. Flore de Preneuf/ÐÓ°ÉÂÛ̳
Para Tyikusse, a ¨²nica forma de aumentar a oferta e satisfazer a procura crescente seria investir maci?amente em nova produ??o de ¨¢gua, explorando rios distantes, bombeando ¨¢gua do rio Cunene at¨¦ ao Lubango, por exemplo, ou construindo mais sistemas de armazenamento de ¨¢gua e barragens. ¡°N?o podemos servir todos com o sistema que temos¡±, disse ela. Os planos para novas liga??es de ¨¢gua est?o suspensos enquanto se procuram solu??es.
Para atingir 40% de cobertura at¨¦ 2030, o Lubango precisaria aumentar a produ??o de ¨¢gua dos actuais cerca de 20.000 metros c¨²bicos para cerca de 55.000 metros c¨²bicos por dia, concordou Fernando Castanheira Pinto, especialista em ¨¢gua que integra a equipa de assist¨ºncia t¨¦cnica financiada pelo Segundo Projeto de Desenvolvimento Institucional de ?gua e Saneamento. Mas isso poderia ser feito de v¨¢rias maneiras. Uma melhor gest?o dos recursos h¨ªdricos, redu??o das perdas de ¨¢gua, diversifica??o das fontes de ¨¢gua, gest?o da procura e aumento da capacidade de armazenamento existente podem ser caminhos mais acess¨ªveis e sustent¨¢veis para aumentar a disponibilidade de ¨¢gua, do que um ¨²nico enfoque na prossecu??o de infra-estruturas de grande escala. ¡°A ¨¢gua n?o facturada¡±, termo que abrange perdas comerciais e f¨ªsicas, representa cerca de metade da ¨¢gua produzida no Lubango.
¡°O ano passado foi o mais dif¨ªcil dos meus 30 anos de carreira¡±, disse Domingas Tyikusse, Presidente da Empresa Provincial de ?guas e Saneamento de Hu¨ªla, que supervisiona o abastecimento de ¨¢gua ao Lubango. Flore de Preneuf/ ÐÓ°ÉÂÛ̳
Juntamente com outros contributos, a an¨¢lise de Pinto ir¨¢ gerar conhecimento, que vai ser utilizado para seleccionar futuros investimentos apoiados por um novo projecto de Resili¨ºncia Clim¨¢tica e Seguran?a da ?gua (RECLIMA) financiado pelo Banco Mundial, que se centra em bacias hidrogr¨¢ficas no sul de Angola e apoia investimentos em armazenamento integrado de ¨¢gua. ¡°N?o h¨¢ bala de prata¡±, disse Aleix Serrat-Capdevila, Especialista S¨¦nior rem Gest?o de Recursos H¨ªdricos do Banco Mundial que lidera o projecto RECLIMA. ¡°S?o os investimentos combinados e a gest?o eficiente de tr¨ºs tipos de armazenamento - armazenamento de bacias hidrogr¨¢ficas, armazenamento de ¨¢guas subterr?neas e armazenamento de ¨¢guas superficiais ou reservat¨®rios ¨C que ir?o aumentar a seguran?a h¨ªdrica e a resili¨ºncia clim¨¢tica do Lubango¡±.
Segunda paragem: As plan¨ªcies do Rio Cunene
O rugido da ¨¢gua ¨¦ aud¨ªvel, mesmo antes de pisar a estrada que atravessa a barragem hidroel¨¦ctrica de Matala, no Rio Cunene. Cerca de 175 000 metros c¨²bicos de ¨¢gua branca agitada correm atrav¨¦s das comportas. Temporariamente fora de servi?o enquanto se procede ¨¤ substitui??o das turbinas, a barragem pode produzir cerca de 46MW de electricidade. Globalmente, 70-83% da energia de Angola tem origem h¨ªdrica ¨C um contributo importante para os objectivos energ¨¦ticos sustent¨¢veis, num pa¨ªs talvez mais conhecido pela sua produ??o de petr¨®leo.
¡°N?o ia conseguir cultivar nada disto sem irriga??o¡±, disse Jos¨¦ Vianja, agricultor. Flore de Preneuf/ÐÓ°ÉÂÛ̳
A barragem de Matala tamb¨¦m ¨¦ vital para os pequenos e m¨¦dios agricultores, que recebem ¨¢gua da barragem ao longo de um canal de 43 quil¨®metros de extens?o. ¡°N?o ia conseguir cultivar nada disto sem irriga??o¡±, disse Jos¨¦ Vianja, um agricultor de 60 anos, apontando para as fileiras de couves, batatas e alho, irrigadas atrav¨¦s de sulcos simples. ¡°Posso cultivar mais produtos agr¨ªcolas de alto valor, do que se dependesse da chuva¡±, disse o propriet¨¢rio de um terreno de cinco hectares. O canal, constru¨ªdo na d¨¦cada de 60 e renovado em 2002, ap¨®s a guerra, beneficia cerca de 1.200 agricultores agrupados em associa??es de agricultores e tem capacidade para irrigar 10.000 hectares de terrenos agr¨ªcolas.
A cerca de uma hora de dist?ncia, os acontecimentos recentes sublinharam a import?ncia de infra-estruturas de armazenamento de ¨¢gua para proteger os agricultores e os propriet¨¢rios de gado. O gado e outros bens foram levado ou destru¨ªdos pelas ¨¢guas quando uma grande estrutura, conhecida como a barragem de Sendi, colapsou em 2019. A seca fez-se sentir nesse mesmo ano, deixando o gado a morrer de sede e os residentes a lutar com esta situa??o. Alguns criadores de gado tiveram de deixar a ¨¢rea. Lev¨¢mos ¨¢gua aos moradores com a ajuda de cami?es¡±, disse Ant¨®nio Luis Cassimbo, administrador adjunto da divis?o econ¨®mica e social do munic¨ªpio de Quipungo.
A barragem de Matala tamb¨¦m ¨¦ vital para os pequenos e m¨¦dios agricultores, que recebem ¨¢gua da barragem ao longo de um canal de 43 quil¨®metros de extens?o. Flore de Preneuf/ÐÓ°ÉÂÛ̳
Uma barragem improvisada ajudou a aumentar a exist¨ºncia de ¨¢gua este ano, mas as autoridades locais est?o ansiosas por ver o projecto RECLIMA a financiar a reabilita??o da barragem de Sendi, muito maior, para restaurar o potencial econ¨®mico da barragem¡±, disse Cassimbo.
Um Fardo Di¨¢rio para Mulheres e Raparigas
Nas zonas rurais carentes, mulheres e raparigas usam uma variedade de estrat¨¦gias para realizar as suas tarefas di¨¢rias. Ana Joaquina Comaco, de 42 anos e m?e de seis filhos, estava ocupada a lavar a roupa com o neto amarrado ¨¤s costas, num pequeno ribeiro perto da aldeia de Mukuyu. ¡°H¨¢ quase cinco anos que n?o temos chuvas regulares¡±, disse. Ela depende da chuva para cultivar feij?o, milho, pain?o e sorgo; usa ¨¢gua do po?o para beber; e dirige-se ao ribeiro para lavar. Enquanto falava, com a ¨¢gua pelos joelhos, outras raparigas tomavam banho, lavavam lou?a ou carregavam baldes pesados para regar cuidadosamente o cebolinho num campo adjacente. Estas tarefas relacionadas com a ¨¢gua pertencem tipicamente ¨¤s raparigas e ¨¤s mulheres e contribuem, indirectamente, para a elevada taxa de abandono escolar das raparigas adolescentes em Angola.
Tarefas relacionadas ¨¤ ¨¢gua pertencem tipicamente ¨¤s raparigas e ¨¤s mulheres e contribuem, indirectamente, para a elevada taxa de abandono escolar das adolescentes em Angola.
?ltima paragem: O deserto e o mar
Ao dirigir-se para oeste de Lubango, as terras altas verdes come?am a desaparecer e d?o lugar ao deserto vermelho, ¨¤ poeira cinzenta e a ocasionais ¨¢rvores de baob¨¢. Aqui e ali, v¨ºem-se alguns o¨¢sis. Em seguida, oliveiras, campos de milho, tomateiros e, finalmente, o salpico azul do Oceano Atl?ntico. Em Mo??medes, a capital litoral da prov¨ªncia do Namibe, o clima ¨¦ mediterr?nico e o ambiente ¨¦ leve. As pessoas sentam-se em bancos ¨¤ sombra de palmeiras entre casas pintadas com cores vivas, ou observam as crian?as a correr da areia para o mar.
Mo??medes, a capital litoral da prov¨ªncia do Namibe. Flore de Preneuf/ÐÓ°ÉÂÛ̳
¡°Aqui, tudo cresce. Temos um solo muito f¨¦rtil e o clima ¨¦ ideal. Podemos cultivar durante todo o ano com irriga??o¡±, disse Emma Guimar?es, Vice-Governadora da prov¨ªncia de Namibe, no seu gabinete em Mo??medes. A prov¨ªncia ¨¦ rica em pesca, agricultura e minera??o. Existe um bom potencial tur¨ªstico. Contudo, as preocupa??es com a ¨¢gua est?o bem presentes: ¡°Temos v¨¢rios rios nas proximidades, mas eles s?o intermitentes. Isto cria inseguran?a no acesso ¨¤ ¨¢gua¡±.
Residentes enchem recipientes para uso pessoal, para os dias em que n?o t¨ºm acesso ¨¤ ¨¢gua. Flore de Preneuf/ÐÓ°ÉÂÛ̳
Fazendas comerciais altamente produtivas extraem ¨¢gua de centenas de furos. Os pequenos agricultores ocupam os leitos secos dos rios entre as esta??es das chuvas e extraem ¨¢gua, que est¨¢ sob o solo arenoso, para regar as suas planta??es. Cami?es-cisterna, cheios de engenhocas conhecidas como ¡°girafas¡± ziguezagueiam pela ¨¢rea para abastecer de ¨¢gua os assentamentos fora da rede de abastecimento. Os residentes enchem recipientes para uso pessoal, para os dias em que n?o t¨ºm acesso ¨¤ ¨¢gua. E as mulheres continuam a carregar gal?es pesados de ¨¢gua pot¨¢vel para complementar os abastecimentos de ¨¢gua n?o-pot¨¢vel.
No hotel Chik Chik, a alguns quarteir?es da praia, os propriet¨¢rios investiram no seu pr¨®prio reservat¨®rio de 100.000 litros: ¡°? essencial. Sem ¨¢gua, n?o poder¨ªamos funcionar". Os h¨®spedes precisam tomar banho; n¨®s precisamos lavar toalhas e len?¨®is¡±, disse Eug¨¦nio Mateus, gerente do hotel. O hotel gasta cerca de 180.000 Kwanzas (cerca de 150 d¨®lares) em taxas de abastecimento de ¨¢gua por m¨ºs.
No hotel Chik Chik, os propriet¨¢rios investiram no seu pr¨®prio reservat¨®rio de 100.000 litros: ¡°? essencial. Sem ¨¢gua, n?o poder¨ªamos funcionar". Flore de Preneuf/ÐÓ°ÉÂÛ̳
Ao dirigir-se para oeste de Lubango, as terras altas verdes come?am a desaparecer e d?o lugar ao deserto vermelho, ¨¤ poeira cinzenta e a ocasionais ¨¢rvores de baob¨¢. Aqui e ali, v¨ºem-se alguns o¨¢sis. Em seguida, oliveiras, campos de milho, tomateiros e, finalmente, o salpico azul do Oceano Atl?ntico. Em Mo??medes, a capital litoral da prov¨ªncia do Namibe, o clima ¨¦ mediterr?nico e o ambiente ¨¦ leve. As pessoas sentam-se em bancos ¨¤ sombra de palmeiras entre casas pintadas com cores vivas, ou observam as crian?as a correr da areia para o mar.
Mo??medes, a capital litoral da prov¨ªncia do Namibe. Flore de Preneuf/ÐÓ°ÉÂÛ̳
¡°Aqui, tudo cresce. Temos um solo muito f¨¦rtil e o clima ¨¦ ideal. Podemos cultivar durante todo o ano com irriga??o¡±, disse Emma Guimar?es, Vice-Governadora da prov¨ªncia de Namibe, no seu gabinete em Mo??medes. A prov¨ªncia ¨¦ rica em pesca, agricultura e minera??o. Existe um bom potencial tur¨ªstico. Contudo, as preocupa??es com a ¨¢gua est?o bem presentes: ¡°Temos v¨¢rios rios nas proximidades, mas eles s?o intermitentes. Isto cria inseguran?a no acesso ¨¤ ¨¢gua¡±.
Flore de Preneuf/ÐÓ°ÉÂÛ̳
Fazendas comerciais altamente produtivas extraem ¨¢gua de centenas de furos. Os pequenos agricultores ocupam os leitos secos dos rios entre as esta??es das chuvas e extraem ¨¢gua, que est¨¢ sob o solo arenoso, para regar as suas planta??es. Cami?es-cisterna, cheios de engenhocas conhecidas como ¡°girafas¡± ziguezagueiam pela ¨¢rea para abastecer de ¨¢gua os assentamentos fora da rede de abastecimento. Os residentes enchem recipientes para uso pessoal, para os dias em que n?o t¨ºm acesso ¨¤ ¨¢gua. E as mulheres continuam a carregar gal?es pesados de ¨¢gua pot¨¢vel para complementar os abastecimentos de ¨¢gua n?o-pot¨¢vel.
Mas, tal como no Lubango, pouco de sabe sobre a dimens?o, natureza e recarga dos aqu¨ªferos que abastecem as popula??es e sustentam a actividade econ¨®mica. Um estudo regional inicial, financiado pela RECLIMA, ir¨¢ mapear os recursos h¨ªdricos subterr?neos e avaliar a sua qualidade para melhorar a base de conhecimento destinada ¨¤ tomada de decis?es, complementando outros estudos que est?o a ser realizados em torno do Lubango e Mo??medes no ?mbito do projecto PDISA2, e os e o refor?o de capacidade apoiados por subven??es da Parceria Global para a Seguran?a H¨ªdrica e o Saneamento e o . Isto iria ajudar a determinar, por exemplo, se a prov¨ªncia tem meios para promover tanto a agricultura como o turismo; como servir mais agregados familiares; e em que medida ¨¦ que o excesso de bombeamento pode levar ¨¤ intrus?o de ¨¢gua salgada no aqu¨ªfero.
Flore de Preneuf/ÐÓ°ÉÂÛ̳
Juntamente com a redu??o das perdas de ¨¢gua e o aumento do armazenamento de ¨¢gua, ser¨¢ essencial uma melhor monitoriza??o e gest?o dos recursos h¨ªdricos subterr?neos no futuro. ¡°? medida que a inconst?ncia clim¨¢tica e as mudan?as afectam os recursos h¨ªdricos e as cidades continuam a crescer, ¨¦ fundamental que aperfei?oemos a nossa compreens?o da din?mica da disponibilidade de ¨¢gua e das op??es de gest?o¡±, disse Aleix Serrat-Capdevila, Especialista S¨¦nior em Gest?o de Recursos H¨ªdricos do Banco Mundial. ¡°Ao apoiar o Gabinete de Administra??o das Bacias Hidrogr¨¢ficas do Cunene, Cubango e Cuvelai e outras ag¨ºncias de bacias hidrogr¨¢ficas que est?o a ser criadas, esperamos que Angola reforce a sua capacidade para gerir melhor os escassos recursos h¨ªdricos para atender ¨¤s necessidades concorrentes, aumentar a seguran?a h¨ªdrica e contribuir para o desenvolvimento inclusivo e resiliente do sul¡±.
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